Reflexões de um Veneralato

Foi um ano maçônico intenso. Desde o início, decidi participar de tudo na Loja 1º de Janeiro, com o propósito de honrar o nome da nossa Grande Mãe. Estivemos presentes em todos os compromissos: sessões, entrevistas, atividades para-maçônicas da Ordem DeMolay, Filhas de Jó e no programa de mentoria da GLESP.

Além das sessões, a oficina precisava estar representada nas assembleias — participamos de três — e também em três encontros do Venerável Colégio. A representação da loja no programa de mentoria da GLESP tornou-se necessária, mas, por razões compreensíveis, nossos irmãos informaram que não poderiam assumir tal responsabilidade.

Diante disso, consultei nossos delegados sobre a possibilidade de ser eu o representante. A resposta foi positiva. Confesso que, no momento, pensei: “me compliquei”. No entanto, a sabedoria divina, que tudo sabe, conduziu-me por um caminho inesperado. A mentoria revelou-se uma bênção, pois, aliada ao conhecimento dos irmãos da loja, respondeu muitas dúvidas e me ajudou a enfrentar os desafios que se aproximavam.

Adotei uma estratégia: o primeiro semestre seria totalmente dedicado à evolução dos aprendizes e companheiros. Foram muitas peças de arquitetura lidas — em uma sessão chegamos ao recorde de sete trabalhos. Peço perdão aos irmãos pelas sessões que se estenderam além do previsto, mas os frutos foram colhidos: realizamos uma iniciação, duas elevações, três exaltações e uma filiação, trazendo de volta à casa o querido irmão Veronesi. Em resumo, limpamos as colunas; nada ficou para trás.

A pedido do mentor regional André Fernandes, assumi, mesmo com a agenda cheia, a função de secretário interventor de uma loja. Aceitei esse novo desafio em nome do aprendizado e da visibilidade da nossa oficina junto à Grande Loja e aos nossos delegados. Recusar poderia gerar uma leitura negativa, e sempre me preocupei com o nome da nossa casa. Para minha surpresa, a experiência foi extremamente valiosa. Reaprender as rotinas da secretaria mostrou-se essencial, especialmente num ano com duas eleições, em que pude apoiar nosso secretário sempre que necessário.

Além de todas essas responsabilidades, organizamos diversas confraternizações: almoço de posse, festa de 64 anos da loja, dois jantares ritualísticos, a festa de fim de ano, o retorno da tradicional celebração na casa do saudoso irmão Carmelo e a festa de homenagem às mães.

Não podia fazer nada disso de forma medíocre. Foi então que o Grande Arquiteto do Universo me enviou dois anjos: minha esposa Raquel e meu filho Sérgio Augusto. Cada detalhe das festas foi cuidadosamente planejado com eles. Sem falsa modéstia, foram momentos fantásticos. Desde a minha instalação até os últimos compromissos, todos foram lembrados com carinho, por meio de pequenos mimos e lembranças, para mostrar o quanto cada um é especial.

Digitalizamos 64 anos de nosso arquivo, com a ajuda do querido irmão Daniel Dias Pinto; foram várias idas à GLESP, e agora todo o nosso capital intelectual está protegido e preservado na nuvem.

Entregamos o canal do YouTube, com vídeos de momentos históricos de nossa oficina, agora guardados em um canal próprio da loja.

Entregamos também a página oficial da loja no Instagram, onde fotos e recordações históricas permanecerão preservadas.

E, por fim, o site oficial da loja, para mostrar ao mundo nossos trabalhos e nossa história, registrando o grande amor que tenho por esta família chamada Primeiro de Janeiro.

Nossa Hospitalária trabalhou de forma efetiva e silenciosa: atendemos irmãos, cunhadas, sobrinhos e realizamos ações sociais, oferecendo apoio médico e psicológico sempre que necessário.

Encerro este relato dizendo que, neste ano, a 1º de Janeiro foi a maior prioridade da minha vida.

Início dos Trabalhos:

Instalação e Posse: